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Direitos Humanos

Irã: ONU pede libertação imediata de manifestantes pacíficos

Irã: ONU pede libertação imediata de manifestantes pacíficos

Escritório de Direitos Humanos diz que autoridades iranianas estão respondendo a protestos com dureza cada vez maior; mais de mil acusações foram emitidas contra manifestantes, alguns foram acusados de crimes passíveis de pena de morte.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU pediu a libertação imediata de milhares de cidadãos iranianos que foram detidos depois de se manifestarem pacificamente contra o governo, após a morte da jovem Mahsa Amini por quebrar as rígidas regras do hijab há dois meses.

Segundo o porta-voz, Jeremy Laurence, no dia 8 de novembro, o procurador do Irã disse que mais de 1 mil acusações foram emitidas contra manifestantes apenas na província de Teerã, com centenas de outras fora da capital.

Manifestantes se reúnem em Estocolmo, na Suécia, após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia da chamada polícia da moralidade do Irã
Unsplash/Artin Bakhan
Manifestantes se reúnem em Estocolmo, na Suécia, após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia da chamada polícia da moralidade do Irã

Libertação imediata

O Escritório pede às autoridades que libertem imediatamente todos os detidos em conexão com protestos pacíficos e retirem as acusações contra eles. O porta-voz lembra que a lei dos direitos humanos protege os direitos das pessoas à reunião pacífica e à liberdade de expressão.

Ele disse que, em vez de escolher o diálogo para expressar queixas legítimas, as autoridades estão respondendo a protestos com dureza cada vez maior.

Sentenças de morte

No domingo, o Tribunal Revolucionário Islâmico, em Teerã, considerou um manifestante não identificado culpado por moharebeh ou “guerra contra Deus” e efsad-e fel-arz ou “corrupção na terra” por supostamente danificar a propriedade pública. Ele foi sentenciado à morte. Pelo menos nove outros manifestantes foram acusados de crimes passíveis de pena de morte.

Laurence alerta que, de acordo com o direito internacional, os países que ainda não aboliram a pena de morte só podem impô-la para os “crimes muito graves”, que são interpretados como crimes de extrema gravidade, envolvendo homicídio doloso.

Ele afirma que “crimes que não resultem diretamente e intencionalmente em morte nunca podem servir de fundamento para a imposição da pena de morte”.

Pessoas protestam na Trafalgar Square, em Londres, para apoiar a igualdade, as mulheres e os direitos humanos no Irã
Unsplash/Neil Webb
Pessoas protestam na Trafalgar Square, em Londres, para apoiar a igualdade, as mulheres e os direitos humanos no Irã

Desproporcional

De acordo com agências de notícias, os protestos se espalharam para pelo menos 140 vilas e cidades. Mais de 300 pessoas foram mortas durante a repressão, incluindo mais de 40 crianças e duas dúzias de mulheres.

O porta-voz pediu ao Irã que “imponha imediatamente uma moratória sobre a pena de morte, se abstenha de acusar crimes capitais e revogue as sentenças de morte emitidas para crimes que não se qualifiquem como crimes muito graves”.

O pedido feito às autoridades iranianas é que imponham imediatamente uma moratória sobre a pena de morte, que se abstenham de imputar crimes capitais e revoguem as sentenças de morte emitidas para crimes que não se qualifiquem como os mais graves.

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