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Direitos Humanos

Marcha em Brasília une mulheres de todo país na luta contra o racismo


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Milhares de mulheres negras de diversas partes do país estão reunidas em Brasília nesta terça-feira (25) para uma marcha que busca colocar em pauta os direitos básicos desse grupo da população. 


Brasília (DF), 25/11/2025 – Lindinalva Barbosa participa da marcha da mulheres negra na esplanada dos ministérios.
Foto: Daniella Almeida/Agência Brasil
Lindinalva Barbosa participa da marcha em Brasília. Foto: Daniella Almeida/Agência Brasil

Apesar do clima chuvoso na capital federal, as participantes caminham pela Esplanada dos Ministério desde 12h. Uma delas é Lindalva Barbosa, servidora pública aposentada que veio de Salvador (BA) para estar com outras ativistas na mobilização. Ativista há 40 anos, ela lembra que as mulheres negras “marcham há séculos” por liberdade, justiça, saúde e, sobretudo, pelo direito à vida. 

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“Eu vim marchar por reparação e bem viver para as mulheres negras e para todo o Brasil. Porque, quando as mulheres negras se movimentam, toda a sociedade se movimenta, como diz Angela Davis”, afirma Lindalva, citando a filósofa e escritora norte-americana referência mundial na discussão sobre racismo.  

As mulheres presentes na marcha ressaltam que participar da mobilização renova e fortalece os movimentos que trabalham em defesa dos direitos da população negra.  

“Eu vim à marcha principalmente para nos fortalecer, mas acima de tudo para colher essa energia dessas mulheres. E para aprender também. Eu ando em marcha não só por mim, mas por todas nós”, afirma Ana Benedita Costa, do Recife (PE). 


Brasília (DF), 25/11/2025 – Ana Benedita Costa, do Frevo,  participa da marcha da mulheres negra na esplanada dos ministérios.
Foto: Daniella Almeida/Agência Brasil
Ana Benedita Costa participa da marcha. Foto: Daniella Almeida/Agência Brasil 

Educadora e coordenadora de uma escola de frevo, ela ressalta a contribuição do povo negro na construção da cultura e da sociedade – que precisa ser valorizada e reconhecida. 

“Eu acredito também que nós, mulheres negras, juntas, podemos ensinar não só ao nosso povo, mas quem está ao redor, quem também acredita nessa luta antirracista”, diz.  

A luta contra a intolerância religiosa é a principal motivação de Ednamar Almeida, ialoxairá de Foz do Iguaçu (PR), para estar presente na Marcha.  


Brasília (DF), 25/11/2025 – Ednamar participa da marcha da mulheres negra na esplanada dos ministérios.
Foto: Daniella Almeida/Agência Brasil
Ednamar participa. Foto: Daniella Almeida/Agência Brasil 

“Nós, mulheres de terreiro e mulheres negras, sentimos na pele a perseguição, a injustiça, a intolerância, o racismo, tanto nas nossas comunidades quanto no nosso dia a dia”, destaca. 

 

Mulher trans, moradora de Brasília, Hellen Gabrielle Cunha Gomes da Silva, se juntou às participantes de outras partes do país por acreditar que a marcha traz visibilidade para causas importantes para toda a sociedade.  

“Eu vim à marcha para compartilhar com a democracia, porque acho que a população tem um papel crucial nisso. Nossa população não se interessa tanto pela política e eu acho que, se nós fôssemos mais ativos nesse campo, a nossa situação seria bem melhor no país, com um todo”, apontou. 


Brasília (DF), 25/11/2025 – Hellen Gabrielle participa da marcha da mulheres negra na esplanada dos ministérios.
Foto: Daniella Almeida/Agência Brasil

Segunda Marcha das Mulheres Negras 

A nova edição da Marcha das Mulheres Negras é realizada no mês em que é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro. 

O evento ocorre dez anos depois da primeira marcha, em 18 de novembro de 2015, quando mais de 100 mil mulheres negras do Brasil marcharam em Brasília contra o racismo, a violência contra a juventude negra, a violência doméstica e o feminicídio, que vitimam essas mulheres, e pelo bem viver, rejeitando a mera sobrevivência. 

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