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Direitos Humanos

Justiça corrompida: a vítima se torna o algoz

Justiça corrompida: a vítima se torna o algoz

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) emitiu um alerta importante sobre os graves impactos da corrupção no Poder Judiciário, destacando que a efetividade dos direitos e liberdades em uma democracia está intrinsecamente ligada à integridade do sistema de justiça.

Estado Democrático e de Direito em risco

A CIDH ressalta que a solidez de um Estado Democrático e de Direito depende de um sistema jurídico em que as leis sejam supremas e a fiscalização judicial atue de forma independente e imparcial.

Um sistema de justiça afetado por práticas corruptas impede que as autoridades tratem os indivíduos sujeitos à sua jurisdição em igualdade de condições, o que é condição prévia para um processo justo. Nesse cenário, a administração da justiça e a atuação dos operadores do Direito desempenham um papel fundamental na garantia dos direitos fundamentais dos cidadãos. [1]

Perseguição seletiva

Em contextos de corrupção, os processos legais podem ser usados seletivamente para perseguir opositores políticos ou para proteger indivíduos corruptos. Isso pode incluir o uso de acusações falsas ou exageradas para desacreditar adversários e consolidar o poder.  

Impactos da corrupção

A Comissão alerta que a corrupção no sistema judicial mina a confiança da sociedade e impede que as autoridades tratem os indivíduos com a igualdade necessária para um processo justo. A corrupção se manifesta em decisões judiciais que ignoram o mérito do processo, atrasos injustificáveis, extravio de documentos e tratamento desigual entre as partes, entre outras práticas nefastas. [2]

Impunidade alimenta o ciclo

A impunidade, por sua vez, perpetua o ciclo da corrupção, sendo alimentada pela demora nas investigações, ocultação de provas e arquivamento prematuro de casos. A CIDH enfatiza que a falta de responsabilização dos envolvidos em esquemas de corrupção enfraquece o Estado de Direito e compromete a capacidade do sistema de justiça de cumprir sua função primordial. [3]

Sistema de justiça sob ataque

A Comissão Interamericana alerta que o próprio Poder Judiciário, responsável por apurar e punir a corrupção, pode se tornar vítima dela, seja por ser intimidado por atos ou esquemas de corrupção, seja por ter seus próprios agentes envolvidos nesses esquemas.

Um chamado à ação

A CIDH conclui seu alerta com um chamado à ação, instando os Estados a fortalecerem seus mecanismos de combate à corrupção no sistema de justiça, garantindo a independência e a imparcialidade do Poder Judiciário. A Comissão ressalta que a luta contra a corrupção é essencial para a proteção dos direitos humanos e a consolidação da democracia.

Fonte de pesquisa:

1. CIDH. Garantias de independência dos operadores de justiça: para fortalecer o acesso à justiça e ao Estado de Direito nas Américas. OEA / Ser.L / V / II. Doc. 44. 5 de dezembro de 2013, par. 1.

2. Langseth, P. Fortalecimento da Integridade Judicial Contra a Corrupção. Programa Global das Nações Unidas contra a Corrupção. Março de 2001.

3. Nações Unidas. Assembleia Geral. Relatório do Relator Especial sobre a Independência de Magistrados e Advogados, Resolução A / 72/140, 25 de julho de 2017, para. 66.

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