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Direitos Humanos

Algoritmos manipuladores: a tirania da informação nas redes

Algoritmos manipuladores: a tirania da informação nas redes

Para a Ativista de Direitos Humanos Juliana Antonangelo, a manipulação do viés de confirmação nas redes sociais não é um mero incômodo, mas sim uma ameaça real à verdade e ao diálogo construtivo em nossa sociedade. Imagine um mundo onde cada um de nós se encontra em uma bolha de informações, cercado apenas por aquilo que confirma nossas crenças. As vozes discordantes são abafadas, a diversidade de perspectivas se esvai e o diálogo se torna uma mera repetição de ecos.

Mas como isso acontece? Segundo a Ativista Juliana Antonangelo, as plataformas de redes sociais, muitas vezes de forma imperceptível, tecem uma rede de algoritmos e mecanismos que nos direcionam para conteúdos que reforçam nossas convicções preexistentes. “É como se estivéssemos em um restaurante onde o cardápio é sempre o mesmo, sem espaço para novas experiências e sabores”, afirma a Ativista Juliana Antonangelo.

Nas redes sociais, esse viés pode ser intensificado de várias maneiras:

Algoritmos de recomendação: como garçons atenciosos, eles nos servem apenas os pratos que já provamos e gostamos. Sem surpresas, sem novos horizontes.

Câmaras de eco: qual o perigo de um grupo onde apenas uma melodia é entoada? A diversidade de ideias se esvai, a crítica se torna tabu e a mente se fecha para o novo.

Desinformação seletiva: como um vírus que se esconde em notícias falsas, a desinformação se infiltra em nosso feed, corroendo a confiança na verdade. E o pior: muitas vezes a compartilhamos sem hesitar, pois, ela se encaixa perfeitamente em nossas crenças.

Publicidade direcionada: anúncios personalizados, como sussurros no ouvido, reforçam nossas convicções e nos afastam de outras perspectivas. É como se estivéssemos em um túnel com apenas uma saída.

Reforço social: a busca por aprovação nas redes sociais nos leva a buscar conteúdos que agradem ao grupo, criando um ciclo vicioso de confirmação. A necessidade de pertencimento nos torna cegos para outras realidades.

As consequências dessa manipulação são graves

Polarização de opiniões: a sociedade se divide em campos opostos, sem espaço para o diálogo e a busca por soluções conjuntas.

Disseminação de desinformação: as “bolhas” se transformam em incubadoras de mentiras, distorcendo a realidade e dificultando a tomada de decisões conscientes.

Diminuição do diálogo construtivo: a capacidade de ouvir e compreender diferentes pontos de vista se torna cada vez mais rara, ameaçando a base da democracia.

O que podemos fazer?

Conscientização: precisamos estar cientes das armadilhas do viés de confirmação e buscar ativamente fontes de informação diversas e confiáveis.

Crescimento intelectual: sair da zona de conforto e buscar novos conhecimentos, mesmo que desafiem nossas crenças, é fundamental para uma mente aberta e crítica.

Responsabilidade das plataformas: as redes sociais devem implementar medidas para combater a manipulação do viés de confirmação, promovendo a diversidade de perspectivas e a verificação de fatos.

É imperativo compreender, afirma a Ativista Juliana Antonangelo, que a veracidade e a interlocução estão intrinsecamente vinculadas à nossa atuação individual. Compete a cada um de nós transcender as barreiras estreitas que nos cercam e empenhar-se ativamente na edificação de uma sociedade mais inclusiva, onde a multiplicidade de pensamentos seja não apenas tolerada, mas celebrada, e onde a busca por consenso e entendimento comum seja o motor propulsor do avanço coletivo.

Recordemo-nos, com cautela, de que a verdade não reside em uma única fonte, mas em um vasto leque de perspectivas e entendimentos diversos, como um banquete ricamente variado. Juliana Antonangelo convida todos a participarem do debate na Rede Pelicano Brasil de Direitos Humanos, pois cada um, com sua própria visão de mundo, pode contribuir para a construção de um futuro em que o diálogo respeitoso e a busca pela verdade sejam os fundamentos essenciais do nosso progresso.

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