No Dia Internacional de Combate à Corrupção, convoca-se uma reflexão robusta e franca sobre as raízes da integridade e da transparência. É momento de reconhecer um paradoxo alarmante: a corrupção encontrando abrigo justamente nas entranhas daqueles órgãos destinados a erradicá-la. No Brasil e no mundo, ressoa o clamor por ações concretas que não apenas combatam a corrupção, mas a impeçam de florescer onde deveria haver implacável vigilância.
O combate à corrupção requer alicerces de verdade e justiça dentro das próprias instituições de fiscalização e controle. Sem um ambiente interno sólido, marcado pela honestidade e pela rejeição a qualquer ato de desvio ético, como esperar eficiência na prevenção e combate a atos corruptivos na sociedade? A liderança desses órgãos não pode apenas carregar a tocha da integridade, mas deve inflamar com esta as demais esferas governamentais e sociais, servindo de farol para orientar todas as práticas administrativas.
Neste dia, não apenas reconhecemos a corrupção e a omissão como enfermidades que corroem nossa sociedade, mas também ressaltamos a gravidade especial que assumem quando manifestas por aqueles que juraram proteger o bem público. Estes atos não só minam a confiança nas instituições, mas ameaçam a própria democracia. Os funcionários e líderes responsáveis por tais órgãos devem, portanto, operar não somente sob o escrutínio da lei, mas sob um rigor ainda maior de autorreflexão e compromisso ético.
Ao refletir sobre o câncer da corrupção no corpo da fiscalização e controle, reconhecemos a urgência de um tratamento vigoroso e multifacetado. Provém não somente da aplicação da lei, mas da promoção de uma cultura de transparência e responsabilidade. O exemplo dos líderes deve ressoar, estimulando a conformidade dos servidores em seus rastros. A luz da verdade deve se espalhar, desencorajando as sombras onde a corrupção se esconde.
Neste dia dedicado ao combate da corrupção, somos chamados a não só lamentar as falhas existentes, mas a trabalhar incessantemente para construir um futuro em que a administração pública seja um baluarte de integridade. Tal futuro é possível com a contribuição de cada cidadão, cada servidor, cada líder comprometido com o bem comum. Em memória deste dia, convocamos todos a serem defensores da ética, não apenas em palavras, mas em cada ação diária, cada decisão tomada, cada política implementada. Assim, honraremos verdadeiramente este dia, transformando reflexão em ação, e intenção em prática.
Angelo Silva de Oliveira é controlador interno da Prefeitura de Rondonópolis/MT (Licenciado), presidente de honra da Associação dos Auditores e Controladores Internos dos Municípios de Mato Grosso (AUDICOM-MT), mestre em Administração Pública (UFMS), especialista em Gestão Pública Municipal (UNEMAT) e em Organização Socioeconômica (UFMT), graduado em Administração (UFMT) e auditor interno NBR ISO 9001:2015 – Sistemas de Gestão da Qualidade (GITE).